Aos 08 anos, num dia pela manhã, vindo da escola com meu irmão, fomos abordados por dois caras que tentaram roubar o relógio dele. O assalto não se concretizou, ele reagiu, girou o braço onde estava o relógio e corremos.
Nessa breve narrativa deu tudo certo, ou quase. O relógio não foi roubado e ninguém se feriu, mas individualmente, cada um viveu a sua experiência, e eu vivi a minha.
Meu saldo foi uma semana sem andar, o pânico me bloqueou. Tomei calmantes naturais nesse período até que as coisas fossem voltando ao normal, ou quase. Minha memória fotográfica me atormentava. Toda vez que eu via dois caras com fisionomias parecidas com as dos meliantes o pânico era certo, uma sirene tocava na minha mente e a atenção aos detalhes era redobrada.
Hoje, passados quase 30 anos, resolvi falar sobre o assunto, quem sabe isso possa te ajudar? Não pela gravidade de uma tentativa de assalto, pois certamente você já tenha passado algo mais grave que isso, e honestamente, até eu já passei, mas para pensarcomo podemos superar coisas que nos criam bloqueios.
Enquanto eu escrevia esse texto, ficava tentando lembrar o que fiz para superar esse e outros episódios semelhantes, e só conseguia lembrar de uma coisa: “Amanhã é outro dia!”.
Simples assim? Não, até porque quando estamos vivenciando nossos “traumas” não temos a frieza de enxergar as saídas com facilidade, tem coisas que a gente nem supera, sempre que algo lembre a “cena” o filme passa novamente na cabeça.
Talvez um psicólogo ou outro especialista possa ter uma receita melhor, mas eu decidi revelar a minha. Quantos traumas eu já passei durante todos esses anos, e para cada um deles uma particularidade diferente, mas para todos valeu como regra geral lembrar que: “Amanhã é outro dia!”.
Isso não significa que superei todos os meus traumas, ainda sofro de algumas “neuroses”, porém para buscar a solução era importante me motivar, querer resolver, avançar e lembrar que o “amanhã” era outro dia e que as coisas poderiam ser diferentes. Acreditar sempre foi fundamental. Se eu continuasse pensando que ao sair de casa eu seria assaltado, ou que os assaltantes apareceriam, eu provavelmente estaria desfalecido numa cama até hoje.
Eu sei que parece auto-ajuda, pensamento positivo e que a vida é mais complexa e dura que isso, mas a verdade é que, para superar qualquer medo, trauma ou problema, o primeiro passo é QUERER, o segundo é ACREDITAR, e eu encontrei na Fé em Deus, a força para alcançar esses passos que me auxiliam diariamente a superar meus bloqueios.
Para finalizar, tem uma canção que conheci na voz de Mariah Carey, que se chama I believe I can fly (Eu acredito que posso voar), leia o trecho abaixo, é isso.
“Eu vejo que estive no limite da auto destruição
Às vezes o silêncio pode parecer muito barulhento
Há milagres da vida que eu tenho que alcançar
Às vezes o silêncio pode parecer muito barulhento
Há milagres da vida que eu tenho que alcançar
Mas eu sei que primeiro, tem que começar dentro de mim,
Se eu posso ver isto, então posso ser isso
E se eu só acreditar, nada poderá me impedir
Eu acredito que posso voar
Eu acredito que eu posso tocar o céu
Penso nisto todos os dias e noites
Abrir minhas asas e voar
Eu acredito que eu posso me elevar
Eu me vejo correndo, atravessando uma porta aberta
Eu acredito que posso voar”
Se eu posso ver isto, então posso ser isso
E se eu só acreditar, nada poderá me impedir
Eu acredito que posso voar
Eu acredito que eu posso tocar o céu
Penso nisto todos os dias e noites
Abrir minhas asas e voar
Eu acredito que eu posso me elevar
Eu me vejo correndo, atravessando uma porta aberta
Eu acredito que posso voar”